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Câncer de Figado

Assistência ao Paciente portador de Neoplasia Hepática.



O Nosso protocolo assistencial tem como base as diretrizes e normas elaboradas pela Society of Interventional Radiology (SIR)



O Câncer Primário de Fígado, conhecido cientificamente como Carcinoma Hepatocelular (HCC), já é considerado o quinto câncer mais freqüente e a terceira maior causa de morte por câncer no mundo.

Diferentemente de outras, essa neoplasia maligna tem a particularidade de se desenvolver mais freqüentemente associada com doenças crônicas que afetam o fígado, como as hepatites e a cirrose.

Também, o fígado é comumente receptador de tumores que se originam em outros órgãos e se espalham pela corrente sanguínea ou linfática. São as conhecidas metástases que podem ter origem no intestino, no pâncreas, na próstata, na mama, na tiróide, na pele, etc.

Quais são os sintomas?

Na maioria das vezes o câncer de fígado é assintomático. Por isso ele deve ser investigado em pacientes aos quais já foi descoberto um câncer que potencialmente pode dar metástases para o fígado ou naqueles que possuem uma hepatopatia crônica como hepatite ou cirrose.

A medida que os tumores hepáticos crescem eles começam a alterar as funções metabólicas do fígado e os pacientes podem experimentar alguns sintomas como mal-estar geral, dor abdominal, sensação de abdome cheio, perda do apetite, perda de peso, ascite (acúmulo de líquido no abdome), inchaço nas pernas, icterícia (pele e olhos amarelados), febre, náusea e vômitos, vômitos ou fezes com sangue, etc.

Como se diagnostica o Câncer de Fígado?

O diagnóstico se faz com base na combinação entre os antecedentes, a avaliação clínica e exames de laboratório e imagem. Entre os exames de laboratório tem muito importância os denominados marcadores tumorais como Alfa Feto Proteína e Antígeno Carcino Embrionário (CEA) entre outros.

Entre os exames de imagem os mais úteis são o ultra-som (como exame inicial) e as Tomografia computadorizada e a Ressonância Magnética mediante os quais se podem determinar as características e extensão (quantidade, tamanho e localização) da doença.

Quais são as formas de tratamento?

As opções de tratamento dependem fundamentalmente do momento em que se faz o diagnóstico e do grau de extensão da doença.

No carcinoma hepatocelular os doentes se classificam em 5 estágios; no estagio 0 (muito precoce) onde o tumor tem menos que 2 cm o tratamento ideal é a ressecção cirúrgica potencialmente curativa;
já para o estádio D (terminal) não existe tratamento efetivo e apenas medidas de suporte clínico podem ser implementadas.
Nas metástases hepáticas o conceito não é muito diferente. Nódulos únicos e pequenos são passíveis de serem ressecados cirurgicamente, mas quando a doença se espalha pelo fígado apenas tratamentos paliativos são possíveis para reduzir o ritmo de crescimento tumoral e assim melhorar a qualidade de vida dos pacientes e eventualmente prolongar a sua sobrevida.

A nossa abordagem para o Câncer Hepático

A grande maioria de pacientes com câncer no fígado se diagnostica em estádios intermediários quando a cirurgia não é mais possível. Mas nestas circunstâncias os pacientes podem se beneficiar do tratamento por técnicas minimamente invasivas como a quimioembolização.

Conceito de Quimioembolização

A quimioembolização é um método percutâneo que se faz por meio de cateterismo. Por tanto é um método endovascular. O cateter é introduzido pela virilha e colocado dentro das artérias que irrigam o fígado, onde pequenas microesferas carregadas com drogas quimioterápicas são liberadas para provocar um efeito destrutivo sobre o câncer hepático. Com essa técnica podem ser tratados tumores maiores e múltiplos. Como os quimioterápicos utilizados são rapidamente degradados pelo próprio fígado, o procedimento não provoca os efeitos adversos comumente experimentados pelos pacientes que fazem uso de quimioterapia sistêmica.

Microesferas que contem drogas quimioterápicas são injetadas através de um cateter com intuito de entupir as artérias que nutrem o tumor. O quimioterápico vai sendo liberado gradativamente o que permite uma alta concentração da droga no tumor com baixa toxicidade sistêmica.

A quimioembolização com microesferas carregados com quimioterápico tem sido muito utilizada para tratamento de câncer de fígado, seja o primário (carcinoma hepatocelular) ou as metástases.


Quem pode fazer Quimioembolização Hepática?

Nos pacientes com câncer primário ou metástases no fígado que não sejam considerados para tratamento cirúrgico em virtude da sua extensão a possibilidade de indicar uma quimioembolização deve ser sempre explorada. No caso do carcinoma hepatocelular a quimioembolização pode ser indicada em pacientes com nódulos maiores de 3cm ou múltiplos. Já nas metástases o procedimento pode ser indicado como coadjuvante ou substituição de uma quimioterapia sistêmica. Para ser um candidato a fazer quimioembolização o paciente não pode apresentar alteração severa d o seu estado clínico geral e a sua função hepática em particular.

O cateter é colocado seletivamente dentro da artéria do fígado e chega bem próximo do tumor. Dessa forma a injeção de microesferas somente fecha os ramos para o tumor preservando a circulação de sangue para o fígado como revelado pelo exame de angiografia digital.


Na tomografia computadorizada se verifica a presença de um grande tumor vascularizado (cinza claro) na parte central do fígado e imediatamente após a quimioembolização o tumor fica completamente avascular (preto).


A tomografia computadorizada mostra o fígado com vários nódulos (cinza escuro) antes do tratamento e o mesmo exame realizado 6 meses após o tratamento por quimioembolização evidencia o desaparecimento da maioria das lesões.


Quais são os resultados do tratamento?

Numerosos estudos científicos publicados na literatura médica ao longo dos últimos anos comprovaram que o método amplia a sobrevida e melhoram a qualidade de vida dos pacientes com câncer de fígado. Quando bem indicado e realizado o tratamento é eficiente e seguro.

Curvas de sobrevida de dois estudos científicos (espanhol e chinês) mostrando o benefício da quimioembolização para pacientes com carcinoma hepatocelular.

Como se faz a Quimioembolização?

É um procedimento minimamente invasivo realizado apenas com anestesia local. Ma o paciente deve ficar internado para monitorar eventuais alterações da função hepática e para tomar medicação analgésica após o procedimento. A internação é curta, apenas um dia. O paciente volta a desenvolver as suas atividades normais nos primeiros dias após o tratamento. A recomendação é para guardar um leve repouso por 4 ou 5 dias.

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